Temperos naturais podem ser preparados de forma prática

Não é novidade que sou apaixonada por cozinha, mas, como muitos de vocês, tenho uma agenda bastante corrida. Para ganhar tempo, procuro agilizar o pré-preparo de alguns alimentos, como os temperos indispensáveis na preparação de meus pratos. Cebola, alho, cebolinha verde, manjericão, manjerona e salsinha são alguns dos temperos que podem ser utilizados sem ter o trabalho de prepará-los a cada refeição.

A preparação do alho e da cebola é feita de maneira bem parecida: para utilizar o alho, descasque, aproximadamente, quatro cabeças de alho e pique em pedaços. Coloque em uma vasilha com 01 colher (chá) de sal e com um fio de azeite de oliva. Triture tudo com a ajuda de um mixer até virar uma pasta. Reserve em um recipiente de vidro – assim você evita que o pote fique com o cheiro do tempero – e cubra com azeite de oliva. Coloque a tampa e leve para a geladeira. O alho poderá ser utilizado por até 15 dias e o sabor permanece o mesmo, como se você tivesse picado na hora. Outra vantagem é que as pessoas que não gostam dos pedaços de alho no prato só sentirão o aroma e o sabor.

Com a cebola, você precisa apenas picá-la e/ou triturá-la sem colocar os outros ingredientes, recomendo cerca de três unidades de tamanho médio. Depois, reserve a pasta em um recipiente de vidro com tampa e leve à geladeira. O consumo pode ser feito em até 15 dias.

Outros temperos de folha, como salsa, cebolinha, manjericão, alho-poró, manjerona, podem ser congelados. Para isso, você precisa higienizá-los da forma correta, como explico aqui, deixá-los secar naturalmente sobre a bancada ou secá-los com pano de prato limpo ou com papel toalha. Quando as folhas estiverem bem sequinhas, pique conforme sua preferência e congele em um pote de vidro com tampa. Os temperos podem ficar no congelador por até 90 dias.

Para lembrar qual tempero combina com cada tipo de preparação, dá uma olhadinha aqui que tem dicas bem legais.

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Temperos: benefícios e combinações

Pode ser mais fácil utilizar de temperos prontos, mas a escolha pelo uso de temperos como alho e cebola deixa o alimento muito mais saboroso, além de trazer diferentes benefícios. Já falamos aqui sobre a importância dos temperos naturais e acredito nas vantagens de consumi-los, por isso procuro incentivar o seu uso em todos os lugares em que trabalho.

Para ajudar você a escolher quais temperos usar e, então, abandonar os industrializados, fiz uma lista com os benefícios de alguns deles e com quais pratos combinam mais:

Alecrim: é um expectorante natural. O seu sabor forte e marcante combina com carnes de peixe e de frango, além de legumes. É uma excelente opção para aromatizar o azeite.

Alho: é capaz de ajudar no controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol, além de ter ação germicida. Com sabor marcante e muito aromático, pode ser consumido cru, refogado ou frito.  Utiliza-se no preparo de qualquer tipo de carne ou legume, mas é preciso tomar cuidado com a quantidade, pois seu sabor pode predominar se colocado em excesso.

Alho-Poró: além de ser diurético, pode combater a prisão de ventre. De folhas compridas e bulbo, tem sabor parecido com o da cebola, porém mais suave e doce. Geralmente, utiliza-se o bulbo nas preparações, mas nada impede de você picar as folhas e finalizar um prato. O alho-poró combina com carnes vermelhas e brancas. Fica uma delícia em risotos.

Cebola: anti-inflamatório natural, faz bem para os cabelos e tem baixas calorias. Agrega sabor às preparações, principalmente quando refogada. Pode ser utilizada crua, assada, caramelada, em conserva ou refogada. A cebola combina com carnes e com legumes. Você pode variar entre os diferentes tipos – cebola pêra, cebola roxa e cebola branca –, diversificando sabores e nutrientes.

Cebolinha: fonte de vitamina A, é ótima para o controle da pressão arterial. Use sempre fresca e na finalização da preparação, polvilhando variados pratos, como sopas, caldos, saladas, massas, molhos e carnes em geral.

Coentro: evita a formação de gases e tem poder calmante. É bastante utilizado no norte do Brasil. O sabor é suave e marcante, deve ser utilizado com muita cautela, pois realça o sabor dos alimentos. Acompanha bem peixes e frango, além de sopas e de caldos.

Louro: a folha facilita a digestão e tem sabor forte. Deve ser utilizada com moderação, pois para que seu sabor não seja predominante. Acompanha muito bem feijão demais leguminosas. Pode ser utilizada na preparação de molhos e de carnes vermelhas.

Manjericão: além de ajudar na digestão, evita gripes e resfriados, pois é capaz de fortalecer a saúde dos pulmões. Tem sabor marcante, aromático e deve ser utilizado para finalizar os pratos. Acompanha qualquer tipo de carne e não pode faltar no molho pesto.

Manjerona: bactericida, calmante e laxante. É excelente na utilização de molhos vermelhos devido ao sabor suave e aromático. Fica uma delícia com carnes de frango, mas pode ser utilizada com qualquer tipo de carne.

Noz-Moscada: auxilia no sono e é anti-inflamatória. Tem sabor marcante e levemente adocicado. Pode ser utilizada em molhos – tanto brancos, quanto vermelhos –, em caldos, em sopas e combina com todos os tipos de carne.

Orégano: o uso mais comum é das folhas secas, mas, quando fresquinho, tem ação antioxidante. O sabor facilmente reconhecido acompanha a tradicional pizza, os molhos e todos os tipos de carne.

Pimenta do reino: estimula o trânsito intestinal e as enzimas digestivas. Pode ser encontrada nas versões preta ou branca. Na hora de preparar o alimento, prefira as sementes inteiras para moer. Lembrando do sabor picante, devemos tomar cuidado para não exagerar. A pimenta branca acompanha melhor os molho branco e rose, já a pimenta preta acompanha bem as carnes vermelhas e brancas, além dos molhos vermelhos.

Salsa: quase uma parceira da cebolinha, a salsa possui vitamina C e melhora a circulação sanguínea. Fresca e suave, acompanha bem a maioria das preparações, com ou sem carne. Utiliza-se na finalização dos pratos.

Salsão: também conhecido como aipo, fortalece o sistema imunológico. Esta erva pode ser consumida inteira, deste o talo até as folhas. É preciso prestar atenção à quantidade, para não usar em excesso, pois tem sabor forte e bastante aromático. Pode ser utilizado em saladas frias, sopas e caldos. Acompanha bem qualquer tipo de carne.

Sálvia: pode ser utilizada para o tratamento de gengivite e de bronquite. De sabor suave e marcante, combina com carnes brancas e com molhos.

Tomilho: é um antisséptico natural e uma boa opção para aliviar o desconforto intestinal. Com sabor suave e aromático, ele pode acompanhar todos os tipos de carne e de legumes. Também é ótimo para aromatizar azeites.

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Noum Project

Sal de Ervas

Tradição em minha família, o sal de ervas é feito pelo meu pai e pelos meus tios. Assim, substituímos os condimentos industrializados, como caldos prontos, que só nos trazem malefícios. Trocar os “temperos prontos”, cheios de sódio e de conservantes, pelo sal de ervas é uma substituição inteligente.

Ingredientes:

  • 01kg de sal fino;
  • 01 cabeça de alho bem picadinho;
  • Tomilho a gosto;
  • Manjerona a gosto;
  • Manjericão a gosto;
  • Alecrim a gosto;
  • Orégano a gosto;
  • Pimenta do reino preta a gosto;

Lembre-se: as ervas devem estar desidratadas. Caso prefira desidratá-las em casa, a dica é higienizar, secar e colocar as ervas dentro de um envelopinho de papel pardo que deve ser pendurado no varal. Também é possível deixa-las dentro de livros por cerca de 15 dias.

Modo de Preparo:

Misture todos os ingredientes picadinhos e guarde em um pote de vidro com tampa. A duração pode chegar a até três meses fora da geladeira.

A receita pode ser modificada conforme o seu gosto. É possível substituir o sal fino por sal marinho, por sal light ou por sal grosso – triturado no liquidificador. As ervas também podem ser outras de acordo com o seu gosto.

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